O 1º PRESIDENTE – JOSÉ HENRIQUE WANDERLEY FILHO

José Henrique Wanderley Filho foi o primeiro Presidente da APPE, atuando de 1987 a 1989. É ele quem abre nossa série Nossa história fala por nós, em homenagem aos 35 anos da instituição.

“Criamos a Associação movidos pela necessidade de acompanhar, em conjunto com a ANAPE – Associação Nacional dos Procuradores do Estado, os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, cujo texto do anteprojeto já em discussão em 1987, incluía importantes matérias referentes aos Procuradores de Estado”, conta.

Na época, a atuação da APPE foi fundamental para que fosse incluída na Constituição da República de 1988 permissão aos Estados para manter as consultorias jurídicas separadas de suas Procuradorias-Gerais, desde que na data da promulgação da carta magna, tivessem órgãos distintos para as respectivas funções, como era o caso de Pernambuco.

A APPE ainda agiu intensamente durante a elaboração da Constituição de Pernambuco, em 1989, para que Consultores Jurídicos passassem a integrar a carreira de Procurador do Estado, resultando na previsão, no art. 14 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Ainda na gestão de José Henrique Wanderley, a associação participou da Comissão instituída pelo Governo do Estado destinada a elaborar o anteprojeto da Lei Complementar Estadual nº 2, de 20 de agosto de 1990, que criou a Procuradoria-Geral do Estado e regulou a carreira de Procurador do Estado.

“Durantes os 35 anos da APPE, desde a sua fundação em 1987, houve muitos momentos marcantes a destacar, mercê das firmes e decisivas atuações dos diversos presidentes que me sucederam, tornando-a a pujante entidade que é hoje, orgulho de toda a classe de Procuradores do Estado de Pernambuco”

O 2º PRESIDENTE – SÉRGIO HIGINO DIAS DOS SANTOS FILHO

O segundo presidente da APPE, Sérgio Higino Dias dos Santos Filho, presidiu a instituição entre 1989 e 1991.

Durante sua gestão, foi criada a Procuradoria Geral do Estado. Um grande marco que contou com trabalho atuante de Sérgio Higino, continuando um caminho aberto pelo seu antecessor José Henrique Wanderley.

Na época, Procuradorias e Consultorias trabalhavam de forma dispersa, o que refletia em perda de eficiência e, sobretudo, de uniformidade de entendimento. Assim, o desafio foi, em menos de 100 dias, elaborar um projeto de Lei Complementar para a criação do órgão.

A PGE foi criada pela Lei Complementar nº 2, de 20 de agosto de 1990, e extinguiu a Procuradoria Geral dos Feitos da Fazenda e a Procuradoria das Execuções Fiscais. Os antigos consultores jurídicos do Estado passaram a integrar a carreira de Procurador do Estado, desaparecendo, ainda, os cargos de consultores jurídicos autárquicos.

Sérgio Higino faleceu em 2010, deixando um legado de feitos que ajudaram a consolidar o início da APPE.

“Posso dizer que Sérgio Higino foi uma presença constante e muito relevante para o êxito de todas as conquistas da APPE e da PGE, não só no período que presidiu a Associação, mas ao longo da sua vida como Procurador do Estado”, relatou o procurador e amigo, Murilo Guerra.

“Indiscutivelmente Sérgio herdou do seu pai – de quem também herdou o nome – a acuidade do advogado, sabendo aliar, como poucos, o conhecimento jurídico a um elevado sentimento ético. Apaixonado pela advocacia pública e possuidor de profunda visão estratégica, identificava rapidamente o ponto nevrálgico da questão e objetivamente buscava a solução mais rápida e eficaz”, completou o procurador aposentado José Joaquim de Almeida Neto, também amigo pessoal de Sérgio, com quem trabalhou, quando secretário do Governador Carlos Wilson, para a elaboração da LC 02/90.

O 3º PRESIDENTE – ANTÔNIO CARLOS BASTOS MONTEIRO

A terceira presidência da APPE aconteceu sob a direção de Antônio Carlos Bastos Monteiro, entre 1991 e 1992. Sua atuação foi fundamental integrando as comitivas formadas para agir junto à Assembleia Nacional Constituinte em defesa dos interesses da Classe de Procuradores Estaduais e também junto à Assembleia Estadual Constituinte, onde importantes decisões foram aprovadas.

 Além da presidência da APPE, ocupou vários cargos públicos. Foi Secretário da Receita Federal, Secretário da Fazenda do Estado de Pernambuco e Secretário de Finanças do Município do Recife. Foi ainda Diretor geral da Receita Estadual e Diretor-presidente da DIPER – Cia de Desenvolvimento Industrial de Pernambuco. Antônio Carlos Bastos Monteiro faleceu em julho de 2019 já aposentado de suas funções.

 “Fui amigo de Antônio Carlos desde os bancos escolares, no início dos anos sessenta. Monteirinho, como carinhosamente todos os seus muitos amigos o chamavam, foi um servidor público exemplar, tendo exercido com o costumeiro brilhantismo diversos cargos relevantes. Sob sua presidência, a APPE consolidou-se como entidade merecedora de respeito perante a classe e os órgãos públicos estaduais, cuja representatividade sempre foi acentuada pelos ilustres presidentes que o sucederam ao longo de décadas”, conta o amigo e procurador José Henrique Wanderley Filho, com quem teve um escritório.

 “A característica mais marcante de sua personalidade é, sem dúvida, a sua inteligência. Um homem justo e extremamente dedicado à sua profissão, que sempre exerceu com brilhantismo os diversos cargos públicos que ocupou, além da advocacia privada, com destaque e reconhecimento em âmbito nacional”, diz a filha Gisela Monteiro.

O 4º PRESIDENTE – RICARDO JOSÉ COSTA PINTO NETO

Entre 1992 e 1993, a presidência da APPE ficou sob direção de Ricardo José Costa Pinto Neto. Procurador e professor universitário, foi o quarto a comandar a associação, dando continuidade aos avanços e conquistas para a categoria. Ricardo José Costa Pinto Neto faleceu em 1997, deixando sua marca na história da APPE.

“Uma pessoa extremamente dedicada às suas atribuições, especialmente na Procuradoria e universidades onde lecionava. Gozava de amizades especiais e sempre falou com alegria em dirigir a APPE. Por onde passou, deixou a marca da dedicação, lealdade, ética, ideias inovadoras e visionárias. Para os familiares, sempre expôs a sua satisfação e realização das funções por ele desempenhadas e partilhava as alegrias e desafios”, lembra o filho Ricardo Costa Pinto Filho.

Entre as recordações dos familiares ficou ainda o exemplo ético e a paixão pela leitura. “Sou o filho mais novo do Professor Ricardo Costa Pinto Neto. Tive sua presença em minha vida apenas por vinte anos, mas com marcas profundas de suas virtudes e caráter. Ele gostava de ser conhecido como Professor. E, na vida em família, ele realmente era um grande Professor, cuidou, principalmente do caráter de sua família! Era incansável e intransigente na busca pela honestidade, princípio básico que ele levava para onde quer que fosse. Era um estudioso sem fim, detinha uma biblioteca com mais de cinco mil livros e, nela, só quem podia mexer era ele próprio, ou emprestava com diversas recomendações! É grande a falta que ele faz, não só à família, mas à toda a sociedade Pernambucana e Brasileira! Uma honra poder ser filho dessa figura ímpar!!”, expressa seu outro filho, Bernardo Costa Pinto.

O 5º PRESIDENTE – MURILO DE MORAES GUERRA

Murilo Guerra esteve à frente da APPE por dois mandatos, entre os anos de 1993 e 1997, e ainda presidiu o Conselho Deliberativo da ANAPE (Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal), no período de 1996 a 1998.

Sempre foi uma presença constante desde a fundação da APPE, na construção do estatuto e das estratégias de ação e nas reuniões de elaboração do projeto da Lei complementar 02 de 20 de agosto de 1990, que criou a Procuradoria Geral do Estado e, com ela, o regime jurídico dos procuradores do Estado de Pernambuco.

“Nesse período, a PGE conquista a sede na rua do Sol, como também a APPE ganha sua sede no mesmo prédio”, lembra Murilo Guerra. Segundo ele, suas gestões foram marcadas pela permanente vigilância para manutenção de importantes conquistas alcançadas e pela busca de novas ações para valorizar e fortalecer o papel dos Procuradores de Estado.

Um dos destaques foi a atuação da APPE em conjunto com a ANAPE, em 1996, junto à comissão Especial do Congresso Nacional que discutia a Reforma Constitucional e Administrativa.

O trabalho resultou na emenda Constitucional 19 de 04 de junho de 1998 que, dentre outras modificações de importância para a administração pública, adotou os substitutivos que deram nova redação ao Art. 132 e ao Art. 135 da Constituição Federal, resultando em considerável conquista para o fortalecimento da carreira de Procurador de Estado.

A busca pela valorização remuneratória e por melhores condições de trabalho sempre foi uma bandeira em suas gestões. “A APPE, pelo empenho e pela liderança dos presidentes que me sucederam, segue cumprindo o seu destino, a missão para a qual foi criada. Para tanto, tem merecido o reconhecimento e o orgulho de nossa carreira”, ressalta Murilo Guerra.

O 6º PRESIDENTE – FLÁVIO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI

O sexto gestor da APPE foi Flávio de Queiroz Bezerra Cavalcanti. Conhecido pelo jeito determinado e por gostar de desafios, esteve no comando da associação entre os anos de 1997 a 2000. Na visão dos amigos, tinha na defesa do Estado uma grande paixão. Acreditava que ao defender Pernambuco estava defendendo à sociedade e por isso encarava as missões como algo especial.

“Ele realmente vestia a camisa da procuradoria. Carregava no coração esse sentimento de preocupação e da importância que o Estado tinha pra ele. Eu lembro bem, em um determinado caso, dele ter ido pra Brasília e voltar duas vezes no mesmo dia! As características mais marcantes dele, como advogado, são, sem dúvida, inteligência e sagacidade e a capacidade de dar solução aos casos mais diversos, mesmo nos que ele não era especialista na área. E, no lado pessoal, o jeito brincalhão, bonachão e perturbador”, recorda o advogado Bruno Cavalcanti, que foi seu amigo e sócio em um escritório de advocacia.

“Flávio foi um procurador que se destacou pela combatividade, pelo compromisso com o resultado e pela qualificação técnica diferenciada. Foi meu primeiro chefe, quando cheguei à PGE em 1995. A marca que ele implantou na Procuradoria do Contencioso foi compatível com essas características e isso foi muito importante para a estruturação dos valores e dos propósitos da PGE. Nada de burocracia estéril, conformismo ou perda de foco; mas sim agilidade, busca de resultados concretos e objetividade”, descreve o procurador e amigo César Caúla.

Flávio faleceu em 2013. Foi ainda membro-fundador do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS) e professor de diversas faculdades de Direito, entre elas a Universidade Federal de Pernambuco. É autor de livros como: Responsabilidade Civil por Fato do Produto no Código de Defesa do Consumidor; O contrato de Seguro – Novo Código Civil Brasileiro e Título de Capitalização.

O 7º PRESIDENTE – ELIAS LAPENDA SOBRINHO

Elias Lapenda Sobrinho ocupou diversos cargos na Diretoria da APPE, exercendo a Presidência no período de 2000 a 2004. Também teve forte atuação na ANAPE, onde exerceu o cargo de Presidente do Conselho Deliberativo.

Em sua gestão como Presidente, destaca-se a atuação de APPE na tramitação da EC nº 41/19. 12.2003, que conferiu nova redação ao art. 37, inc. XI, da Constituição Federal, alterando o teto remuneratório para a carreira de Procurador do Estado. Elias Lapenda Sobrinho faleceu em 2013, aos 84 anos, após uma vida dedicada à advocacia pública e ao fortalecimento da Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco e dos procuradores.

“O trabalho desenvolvido por papai independia da ocupação de cargos. Transitava com igual desenvoltura entre os seus contemporâneos e os Procuradores das novas gerações, sempre exercitando a sua capacidade de dialogar”, ressalta sua filha Fabiana Lapenda, que seguiu os passos do pai e também é procuradora.

Para o procurador e ex-presidente da APPE, Frederico Carvalho, que teve na chapa Elias Sobrinho como vice-presidente, ficou o grande aprendizado da, segundo ele, valorosa e inesquecível convivência. “Desde quando ingressei na PGE, em 1995, percebi o compromisso e dedicação que Dr. Elias tinha com a APPE. Com seu jeito discreto, amigo, paciente e agregador, ele participou de grandes conquistas para a categoria, tendo participação importantíssima na nossa inclusão no mesmo teto salarial constitucional aplicado à magistratura e Ministério Público. Já na condição de Presidente da APPE e ele como membro da diretoria da ANAPE, pude constatar o enorme prestígio que ele gozava, tanto com os parlamentares e governantes de Pernambuco, quanto com os demais dirigentes das outras associações de procuradores do Brasil”, conta Frederico Carvalho.

O ex-procurador geral Tadeu Alencar também relata os momentos de convívio com o amigo que o cativou no primeiro dia. “Foi amor à primeira vista. Seu jeito empático, seu olhar agudo sobre as coisas, sua elegância irretocável, sua fala mansa e conciliadora e seu comprometimento com a PGE, eram traços ressaltados da sua personalidade. Conversação inteligente, conhecia a história de Pernambuco e toda a extensão do seu território libertário. Era de uma geração anterior, mas se relacionava bem com todos, especialmente com os mais jovens, a quem aconselhava sem lhes tirar a liberdade de escolha e com quem partilhava grandes momentos de companheirismo. Leal, ponderado, firme nas posições, era lhano no trato e um hábil articulador, a cujo trânsito com a classe política se devem muitos avanços institucionais. Foi um amigo fraterno com quem desfrutei bons momentos de reflexão e de troca. Um cavalheiro, de um tempo que parece ter se esvaído no horizonte. Faz falta, muita falta!”.

O 8º PRESIDENTE – PAULO SÉRGIO CAVALCANTI ARAÚJO

Entre 2004 e 2006, a presidência da APPE ficou a cargo do procurador Paulo Sérgio Cavalcanti Araújo. Ele relembra as lutas, as conquistas e as dificuldades encontradas no período em que assumiu. Segundo ele, na época as reservas financeiras da associação estavam baixas, havia desconforto dos Procuradores de Pernambuco com a remuneração e o quadro estava ficando esvaziado, com concurso público em andamento, mas sem previsão concreta de nomeação. Além disso, duas carreiras jurídicas estaduais, a de Magistrados e a de membros do Ministério Público, haviam incrementado suas remunerações de forma destacada com a implantação de subsídios.

“Foi uma época de grande transição da APPE e de efervescência nas políticas de remuneração das carreiras jurídicas em todo o país, sendo de se destacar que o Gabinete da PGE/PE sempre cooperou com a Associação nas inúmeras reuniões que foram feitas com representantes do Governo do Estado, para obtenção do reconhecimento da categoria”, lembrou.

Paulo Sérgio conta que, em 2004, foram obtidos avanços remuneratórios e na carreira com a LCE nº 61/2004, como a criação dos cargos de Secretário Geral, de Coordenadores de Núcleos e da Gratificação de Localização, porém somente em 2005 houve a nomeação dos candidatos aprovados no concurso e depois uma evolução remuneratória mais efetiva.

Com ajustes rígidos nos custos e com a entrada de novos associados, foi possível reequilibrar as contas da APPE. “Com a carreira tendo padrão remuneratório mais condizente com as nossas atribuições, e mesmo uma reestruturação dos cargos, a enorme responsabilidade de estar à frente da APPE foi repassada para a gestão seguinte. Havia muito ainda a se avançar”, revelou Paulo, destacando a importância da associação nos âmbitos local e federal.

O 9º PRESIDENTE – MARIA DO SOCORRO CARVALHO BRITO

Maria do Socorro Carvalho Brito foi a primeira mulher a presidir a APPE, permanecendo por dois mandatos, entre os anos de 2006 a 2010. Ela relembra seu trabalho para defender os pleitos da categoria, conciliando os interesses da classe sem prejuízo à sociedade ou ao Estado.

Na trajetória dos 35 anos da APPE, destacou a luta iniciada em 2007 para que fosse reconhecido o direito dos Procuradores de receberem remuneração compatível com as demais carreiras jurídicas essenciais à justiça, prevista na Constituição Federal.

“Para os Procuradores mais novos, convém lembrar que, em 2007, quase a totalidade dos Estados não havia reconhecido o direito ao teto 100, e pouco sabíamos a respeito. A luta para o convencimento do nosso direito à remuneração compatível com as demais carreiras jurídicas foi árdua porque não era suficiente estar previsto na Constituição Federal, tínhamos que demonstrar que fazíamos por merecer também”, lembra.

Maria do Socorro conta que foi preciso fazer levantamentos sobre a produtividade dos Procuradores e sobre a remuneração percebida ao longo dos anos para mostrar a defasagem, bem como da magistratura e do Ministério Público. “Isso em uma época em que esses dados não estavam disponíveis na internet para que a empresa de consultoria, contratada pela APPE, elaborasse um relatório que fosse convincente à Administração estadual”. Do trabalho, surgiu o documento “Similaridade Remuneratória entre as Carreiras Jurídicas – Imposição Constitucional e Imperativo de Mercado”, entregue ao Procurador Geral e aos Secretários que faziam parte da “mesa de negociação”.

“Outra ação que fizemos foi espalhar outdoors pela cidade com o objetivo de conscientizar a sociedade quanto ao trabalho que desenvolvemos, defendendo o Estado, seu patrimônio e suas instituições. Tudo isso, para provar que nosso pleito era legítimo e justo”, complementa a procuradora. Para o futuro da APPE, Maria do Socorro externa seu desejo para que a associação continue defendendo com sabedoria os direitos da categoria e dos associados.

O 10º PRESIDENTE – FREDERICO JOSÉ MATOS DE CARVALHO

Uma gestão que fortaleceu as relações e a presença da APPE no debate com outros órgãos ligados à categoria foram destaques para Frederico José Matos de Carvalho, que presidiu a associação entre 2010 a 2014. Ele conta que a intensificação, durante o período, das discussões travadas junto à Anape, e o estreitamento com as demais carreiras jurídicas do Estado, como a Amepe, Procuradoria da Alepe, Consultoria Jurídica do TCE, além do Sindifisco, possibilitou grandes avanços nas negociações dos interesses dos Procuradores do Estado, como a conquista do “Teto 100”.

“A realização do 49º Congresso Nacional de Procuradores dos Estados e do DF, em Porto de Galinhas, foi um marco muito importante para a APPE, principalmente pela grandiosidade e sucesso do evento, que contou com a presença do então Governador Eduardo Campos, além de ministros do STF, do TCU, dentre outros renomados juristas, sendo um encontro até hoje lembrado nacionalmente por aqueles quase 800 congressistas que ali puderam comparecer”, lembra.

Para Frederico um dos momentos marcantes da história recente da APPE foi a mobilização, solidariedade e empatia demonstrada durante o agravamento da pandemia da COVID-19, onde colegas foram hospitalizados, passaram por UTI, além de perdas de vida de procuradores e colaboradores. “Foram momentos que marcaram e marcarão para sempre todos nós. Desde o primeiro instante onde houve a gigante e belíssima mobilização para aquisição de respiradores, luvas, batas e outros materiais de enfermagem doados para a rede pública de saúde, até o apoio financeiro dado aos familiares dos colaboradores que partiram. Tudo isso tornou nossa carreira mais próxima, humana e mais unida, fazendo com que eu sentisse muito orgulho da minha categoria”.

E é isso o que o procurador almeja para próximos anos da associação: sensatez, franqueza nos diálogos, lealdade, paciência e bom senso, que, segundo ele, são os predicados que trouxeram a instituição até o presente, com todo o reconhecimento e inegáveis avanços que foram obtidos para a carreira. ”Assim, que nunca percamos de vista essas qualidades que nos levarão a voos ainda mais altos”, desejou Frederico.

O 11º PRESIDENTE – FÁBIO VASCONCELOS DUARTE

Lutar pela unidade da categoria foi uma das bandeiras de Fábio Vasconcelos Duarte, que presidiu a APPE, no biênio 2014 a 2016. Em sua gestão, ele relembra que um dos frutos desse esforço foram os honorários advocatícios, conquistados a partir de amplos debates, seminários e em uma grande assembleia, com forte presença de procuradores da ativa e também dos aposentados. Em decorrência das discussões, a legislação pernambucana que instituiu os honorários, diferentemente do que ocorre em alguns outros estados, contempla todos de maneira indistinta.

Para Fábio, são muitos os momentos marcantes em sua gestão e na trajetória de 35 anos da APPE, mas os mais significativos são as assembleias. “Nossas assembleias são especiais, pois sempre representam um reencontro entre colegas, com o objetivo de debater e valorizar não apenas nossa carreira mas o próprio serviço público”, avalia.

E é essa cooperação e atuação em conjunto que Fábio deseja para os próximos anos da instituição, sempre avançando em conquistas para os procuradores. “A unidade da categoria é um grande orgulho para todos nós. É muito importante que todos os integrantes da APPE e as diretorias continuem imbuídos do espírito de união que tanto nos caracteriza”, pontuou.

O 12º PRESIDENTE – TACIANA DE CASTRO GONÇALO DA SILVA

Taciana de Castro Gonçalo da Silva presidiu a APPE de 2016 a 2018, sendo a segunda mulher a dirigir a instituição. No seu mandato, ela conta que ajudou a contribuir para que a associação se estruturasse institucionalmente. “Em nossa gestão, nós entendemos que a APPE precisaria se adequar a um novo tempo, no qual a categoria já não era mais tão uniforme. Ela tinha crescido e não era mais aquela em que todos se conheciam. A diversidade estava mais presente. Então, a associação precisaria ser um instrumento para o sentimento de corpo e pertencimento. Acredito que tenha colaborado para isso, e, sem dúvida, nada poderia me deixar mais orgulhosa”, diz Taciana.

Quando faz um balanço de toda a trajetória da associação, Taciana destaca como marco o sucesso no pleito salarial de 2015, quando a categoria foi protagonista dos trabalhos, chamando para si a responsabilidade do êxito ou da derrota. Segundo ela, na ocasião a APPE foi apenas um meio. A luta a marcou porque demonstrou o amadurecimento do grupo enquanto instituição e categoria.

“Espero que a APPE esteja sempre a serviço do coletivo, que promova exclusivamente a categoria e a instituição e que o único interesse dos seus dirigentes seja defender os direitos dos associados. Chegamos até aqui assim e que assim permaneça”, desejou Taciana.

O 13º PRESIDENTE – RODOLFO FERREIRA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

Rodolfo Ferreira Cavalcanti de Albuquerque é nosso último ex-presidente. É ele quem encerra esta série especial em homenagem aos 35 anos da APPE, que contou um pouco sobre a história dos 13 ex-presidentes da instituição. Rodolfo presidiu por dois mandatos, entre os anos de 20018 a 2022. E nestes quatro anos, pode destacar três pontos que ele chama de fundamentais. O primeiro foi aumentar a representação institucional da APPE, que esteve presente em todas as discussões no interesse da categoria, além de ter passado a integrar o conselho superior da PGE, com direito a voz e voto.

O segundo, o saneamento das finanças da APPE, deixando a associação com caixa cerca de quatro vezes maior do que quando sua gestão assumiu, sem prejuízo da reforma da sede realizada. “Além disso, fortalecemos a representação nacional, com 100% dos associados locais também associados à ANAPE, sendo a mensalidade paga pela APPE”, lembra.

O terceiro marco para Rodolfo foi a valorização da carreira, inclusive do ponto de vista remuneratório, notadamente no que tange à consolidação da utilização dos recursos dos honorários advocatícios em prol dos Procuradores. “Na nossa atuação, um dos maiores orgulhos foi, sem dúvida, perceber a união dos procuradores quando passamos por um momento muito difícil, representado por grande incerteza e apreensão, que foi o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Conseguimos mobilizar os colegas associados e arrecadamos expressivo valor para a compra de insumos (máscaras e materiais hospitalares), em um momento de grande escassez, e que foram doados ao Estado de Pernambuco e algumas prefeituras”, contou.

Rodolfo diz esperar que a união continue sendo o motor da APPE. “A carreira de Procurador do Estado é pequena, com pouco mais de 230 associados, de forma que as conquistas de nossa categoria, que nunca são fáceis, sempre são produto do esforço coletivo de todos os Procuradores do Estado, seja da APPE, dos que estão exercendo cargo de chefia e mesmo dos demais colegas, sejam eles da ativa ou aposentados. Assim, a união de todos os procuradores é fundamental para que possamos alcançar os objetivos da categoria”, reforça.

A FUNCIONÁRIA ATIVA MAIS ANTIGA – SERAFINA MARINHO

Serafina Marinho é a funcionária ativa mais antiga da APPE e, dentro das homenagens aos 35 anos da instituição, vai representar todos os colaboradores que também ajudam a construir nossa história.

Mais conhecida como Fina, ela, que já poderia estar aposentada, faz questão de receber a todos com um sorriso no rosto. “Trabalho na APPE há 22 anos, desde 1999. Gosto muito daqui, do ambiente, das conversas, das pessoas”, diz. Serafina conta que prefere os dias movimentados da instituição, quando há campanhas de vacinação, eleição ou a exemplo dos dias de mobilização para ajudar as vítimas do Covid-19.

Sobre sua atividade, diz que seu papel como colaboradora é sempre atender a todos igualmente, fazendo com que sintam-se à vontade na APPE. “Sem desmerecer nenhum Presidente da Associação, pois todos foram importantes e deram sua contribuição para a evolução da categoria no Estado, alguns momentos que me marcaram foram as eleições, são os mais alegres”, revela. Para o futuro da associação, o desejo de dona Fina é sucesso!